" É impossível um Psicomotricista Relacional não ter o hábito de fazer leitura diária de Andre Lapierre. Meu livro de cabeceira." Maria Cavalcante de Lima
terça-feira, 10 de julho de 2012
Nos EUA, crianças e adolescentes estão tomando menos antibióticos e mais medicamentos para TDAH
Em oito anos, o número de prescrições de antibióticos a pacientes pediátricos caiu 14%. Receitas de drogas para TDAH, porém, cresceram 46%
19 de junho de 2012

Segundo um levantamento feito pelo Food and Drug Administration (FDA), órgão americano que regula alimentos e medicamentos, o número de prescrições de antibióticos destinadas a crianças e adolescentes é menor do que há oito anos, nos Estados Unidos. Por outro lado, são cada vez mais prescritas drogas para transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e asma. O trabalho foi publicado nesta segunda-feira no Pediatrics, periódico oficial da Associação Americana de Pediatria.
Esses dados foram baseados nas prescrições médicas preenchidas no país entre os anos de 2002 e 2010 para jovens com até 17 anos de idade. De acordo com o estudo, em 2010 foram registradas 263,6 milhões de prescrições de medicamentos em geral a pessoas dessa faixa etária — 7% a menos do que em 2002. As prescrições para pacientes adultos, porém, aumentaram em 22% nesse mesmo período.
O levantamento indicou que, nesses oito anos, as prescrições de antibióticos a bebês, crianças e adolescentes caiu 14%, embora esse tipo de remédio ainda seja o mais frequentemente fornecido para pacientes pediátricos no país. Além dos antibióticos, também foram menos prescritos medicamentos para alergia (-61%), tosse e resfriados (-42%), dor (-14%) e depressão (-5%). Por outro lado, aumentou o número de prescrições para anticoncepcionais (+93%) e remédios para tratar TDAH (+46%) e asma (+14%).
TDAH — Para Alessandra Cavalcante, pediatra do Hospital São Luiz, em São Paulo, a razão do aumento da prescrição de medicamentos para TDAH não está relacionada a um excesso de diagnósticos, mas sim a um maior nível de informação de pais e médicos. "Isto é uma coisa boa, já que o transtorno, quanto mais cedo for tratado, menos problemas causará no futuro", diz a médica.
De fato, ao menos nos Estados Unidos, onde o levantamento foi feito, mais jovens estão sendo diagnosticados com TDAH e cada vez mais cedo. Um trabalho feito na Universidade de Northwestern e publicado em março deste ano também na revista Pediatrics mostrou que, em dez anos, o número de pessoas menores do que 18 anos diagnosticadas com o transtorno aumentou 66% no país. Além disso, em outubro de 2011, a Academia Americana de Pediatria reduziu a idade mínima para diagnóstico e tratamento de TDAH de seis para quatro anos.
Brasil — Embora um levantamento como esse não tenha sido feito no Brasil, Alessandra Cavalcante também percebeu na prática clínica o aumento dos tratamentos destinados a crianças com TDAH. Da mesma forma, ela acredita que os jovens brasileiros estão tomando mais remédios para asma e mais anticoncepcionais. "O aumento da incidência de asma é visível, especialmente em São Paulo, onde a poluição é forte. Além disso, como os jovens entram na vida sexual cada vez mais cedo, os contraceptivos estão se tornando mais comuns."
No entanto, a médica acredita que não tenha acontecido uma redução significativa nas prescrições de antibióticos a pacientes infantis. "Ainda temos um grande número de prescrições de antibióticos sem necessidade. Precisamos acabar com o culto ao pronto-socorro. As famílias devem, sempre que possível, procurar o pediatra que acompanha a criança e conheça o seu histórico", afirmou.
Fonte: veja.abril.com.br
domingo, 1 de julho de 2012
A DINÂMICA DA IMAGEM DO CORPO: DA CRIANÇA AO IDOSO
| Artigos Científicos | ||
|
Meu filho tem medo de tudo!
PUBLICADO EM 10 DE JUNHO DE
2012 | FONTE: MARIA CAVALCANTE
O medo é uma emoção natural do ser humano, um aliado à sobrevivência.
Não há evolução sem algo a temer. Medo é a emoção desencadeada por um estímulo
que tem valor de perigo para o organismo. O medo varia com a cultura, com as
crenças e com a idade. Assim, na criança no início da sua infância o que a
assusta são barulhos ou luzes muito fortes. A partir dos dois anos, é frequente
a criança começar a temer ser abandonada pelos pais e qualquer separação pode
representar isto. Também nesta fase se verifica um aumento do medo dos animais,
que costuma perdurar até por volta dos quatro anos. Perto dos três anos, a
imaginação assume um papel preponderante e aí chegam o medo do escuro, dos
monstros, dos fantasmas, dos ladrões, entre outros. Aumenta na hora de dormir, momento
em que a criança se sente “desprotegida”. Aos seis anos, ela atinge uma fase de
desenvolvimento que permite encarar a morte como algo irreversível, perdendo o
seu lado fantasioso e assumindo uma vertente mais concreta, daí o medo que os
pais morram. Ela começa também a dar atenção para outros pontos, principalmente
na escola, onde podem surgir receios ligados a esta nova etapa da vida e o medo
de se expor.
Quando este medo é demasiado pode ser fobia, que é o “pavor de um sujeito em relação a um objeto, um ser vivo ou uma situação, a qual não apresenta nenhum perigo real”.
Nos tempos atuais os medos são mais evidentes porque os temores ligados ao desenvolvimento (escuro, monstros, altura, ficar sozinho etc,) juntam-se ao fato de haver uma tensão geral e a sociedade estar mais agressiva. Segundo Vygoststski, nós somos frutos do meio. Assim, o Psiquiatra Eduardo F. Santos sentencia: “as crianças estão vivendo um reflexo do medo dos adultos, que o transmitem num conjunto de restrições”. Crianças estimuladas a serem autoconfiantes desde cedo são mais curiosas, mais abertas ao aprendizado, mais sociáveis e mais propensas a serem felizes. Mas antes de tudo, precisam ser e se sentirem livres.
Pais “paranóicos” geram filhos fóbicos. Assim nas expressões do dia-a-dia costumam dizer: “não faça!”, “Olha isso!”, “Cuidado!” Com isto, vão gerando crianças com medo de tudo. Isto não quer dizer deixarem os filhos fazerem o que bem entendem porque os limites também educam e estruturam a personalidade.
Devido à dificuldade de a criança verbalizar seus medos, a Psicomotricidade Relacional tem contribuído, utilizando o brincar, ao permitir que ela vivencie suas fantasias reais trazidas para o simbólico no setting terapêutico. Em depoimento de pais no MTCA, em 15.07.2008, referindo-se aos resultados do tratamento com esta ferramenta, fizeram os seguintes comentários: “a minha filha tinha medo de ir para a escola. Com o tratamento, hoje é uma criança independente, segura dentro do seu espaço, sem ter medo de se relacionar!”. Esta criança, de cinco anos, fez depoimento, na mesma oportunidade e o jornalista comentou: “ela não tem medo de microfone!”
Medo não é “medinho”. Nunca diga que é “frescura”, “abrace o seu filho, diga quanto o ama e que o medo vai passar”. Também os “tratamentos de choque” são contra-indicados, como colocar uma criança na água para perder o medo, dizendo “hoje você vai perder este medo!”. A intenção é boa mas aumenta o temor.
As mudanças devem ser incentivadas e não cobradas. É importante fazer uma aproximação progressiva, conversando com a criança e ajudando-a a interpretar e lidar mais racionalmente com a situação. É preciso ter paciência e, algumas vezes, ajuda profissional, pois os resultados positivos veem progressivamente.
Quando este medo é demasiado pode ser fobia, que é o “pavor de um sujeito em relação a um objeto, um ser vivo ou uma situação, a qual não apresenta nenhum perigo real”.
Nos tempos atuais os medos são mais evidentes porque os temores ligados ao desenvolvimento (escuro, monstros, altura, ficar sozinho etc,) juntam-se ao fato de haver uma tensão geral e a sociedade estar mais agressiva. Segundo Vygoststski, nós somos frutos do meio. Assim, o Psiquiatra Eduardo F. Santos sentencia: “as crianças estão vivendo um reflexo do medo dos adultos, que o transmitem num conjunto de restrições”. Crianças estimuladas a serem autoconfiantes desde cedo são mais curiosas, mais abertas ao aprendizado, mais sociáveis e mais propensas a serem felizes. Mas antes de tudo, precisam ser e se sentirem livres.
Pais “paranóicos” geram filhos fóbicos. Assim nas expressões do dia-a-dia costumam dizer: “não faça!”, “Olha isso!”, “Cuidado!” Com isto, vão gerando crianças com medo de tudo. Isto não quer dizer deixarem os filhos fazerem o que bem entendem porque os limites também educam e estruturam a personalidade.
Devido à dificuldade de a criança verbalizar seus medos, a Psicomotricidade Relacional tem contribuído, utilizando o brincar, ao permitir que ela vivencie suas fantasias reais trazidas para o simbólico no setting terapêutico. Em depoimento de pais no MTCA, em 15.07.2008, referindo-se aos resultados do tratamento com esta ferramenta, fizeram os seguintes comentários: “a minha filha tinha medo de ir para a escola. Com o tratamento, hoje é uma criança independente, segura dentro do seu espaço, sem ter medo de se relacionar!”. Esta criança, de cinco anos, fez depoimento, na mesma oportunidade e o jornalista comentou: “ela não tem medo de microfone!”
Medo não é “medinho”. Nunca diga que é “frescura”, “abrace o seu filho, diga quanto o ama e que o medo vai passar”. Também os “tratamentos de choque” são contra-indicados, como colocar uma criança na água para perder o medo, dizendo “hoje você vai perder este medo!”. A intenção é boa mas aumenta o temor.
As mudanças devem ser incentivadas e não cobradas. É importante fazer uma aproximação progressiva, conversando com a criança e ajudando-a a interpretar e lidar mais racionalmente com a situação. É preciso ter paciência e, algumas vezes, ajuda profissional, pois os resultados positivos veem progressivamente.
(*) Maria Cavalcante de Lima é terapeuta infantil (Psicomotricista
Relacional) – Email: prietch@terra.com.br
Assinar:
Comentários (Atom)

1 comentário