terça-feira, 10 de julho de 2012

10/05/2011 Especialistas falam sobre psicomotricidade das crianças

Nos EUA, crianças e adolescentes estão tomando menos antibióticos e mais medicamentos para TDAH



Em oito anos, o número de prescrições de antibióticos a pacientes pediátricos caiu 14%. Receitas de drogas para TDAH, porém, cresceram 46%


19 de junho de 2012


Nos EUA, crianças e adolescentes estão tomando menos antibióticos e mais medicamentos para TDAH
Segundo um levantamento feito pelo Food and Drug Administration (FDA), órgão americano que regula alimentos e medicamentos, o número de prescrições de antibióticos destinadas a crianças e adolescentes é menor do que há oito anos, nos Estados Unidos. Por outro lado, são cada vez mais prescritas drogas para transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e asma. O trabalho foi publicado nesta segunda-feira no Pediatrics, periódico oficial da Associação Americana de Pediatria.



Esses dados foram baseados nas prescrições médicas preenchidas no país entre os anos de 2002 e 2010 para jovens com até 17 anos de idade. De acordo com o estudo, em 2010 foram registradas 263,6 milhões de prescrições de medicamentos em geral a pessoas dessa faixa etária — 7% a menos do que em 2002. As prescrições para pacientes adultos, porém, aumentaram em 22% nesse mesmo período.

O levantamento indicou que, nesses oito anos, as prescrições de antibióticos a bebês, crianças e adolescentes caiu 14%, embora esse tipo de remédio ainda seja o mais frequentemente fornecido para pacientes pediátricos no país. Além dos antibióticos, também foram menos prescritos medicamentos para alergia (-61%), tosse e resfriados (-42%), dor (-14%) e depressão (-5%). Por outro lado, aumentou o número de prescrições para anticoncepcionais (+93%) e remédios para tratar TDAH (+46%) e asma (+14%).

TDAH — Para Alessandra Cavalcante, pediatra do Hospital São Luiz, em São Paulo, a razão do aumento da prescrição de medicamentos para TDAH não está relacionada a um excesso de diagnósticos, mas sim a um maior nível de informação de pais e médicos. "Isto é uma coisa boa, já que o transtorno, quanto mais cedo for tratado, menos problemas causará no futuro", diz a médica.

De fato, ao menos nos Estados Unidos, onde o levantamento foi feito, mais jovens estão sendo diagnosticados com TDAH e cada vez mais cedo. Um trabalho feito na Universidade de Northwestern e publicado em março deste ano também na revista Pediatrics mostrou que, em dez anos, o número de pessoas menores do que 18 anos diagnosticadas com o transtorno aumentou 66% no país. Além disso, em outubro de 2011, a Academia Americana de Pediatria reduziu a idade mínima para diagnóstico e tratamento de TDAH de seis para quatro anos.

Brasil — Embora um levantamento como esse não tenha sido feito no Brasil, Alessandra Cavalcante também percebeu na prática clínica o aumento dos tratamentos destinados a crianças com TDAH. Da mesma forma, ela acredita que os jovens brasileiros estão tomando mais remédios para asma e mais anticoncepcionais. "O aumento da incidência de asma é visível, especialmente em São Paulo, onde a poluição é forte. Além disso, como os jovens entram na vida sexual cada vez mais cedo, os contraceptivos estão se tornando mais comuns."

No entanto, a médica acredita que não tenha acontecido uma redução significativa nas prescrições de antibióticos a pacientes infantis. "Ainda temos um grande número de prescrições de antibióticos sem necessidade. Precisamos acabar com o culto ao pronto-socorro. As famílias devem, sempre que possível, procurar o pediatra que acompanha a criança e conheça o seu histórico", afirmou.

Fonte: veja.abril.com.br

domingo, 1 de julho de 2012

2º Arraiá do Rotary Rondonópolis


A DINÂMICA DA IMAGEM DO CORPO: DA CRIANÇA AO IDOSO


Artigos Científicos


A DINÂMICA DA IMAGEM DO CORPO: DA CRIANÇA AO IDOSO


Maria do Carmo Domingues Alves/PE
(Pedagoga, Psicomotricista e Sócia da SBP)


"DO TATO AO CONTATO: UMA EXPERIÊNCIA DE DIÁLOGO CORPORAL"

INTRODUÇÃO

Este trabalho está baseado em pesquisas, vivências, experiências compartilhadas e refletidas. Tendo como referencial a Psicomotricidade Relacional, que através de práxis procura dar um espaço de liberdade, onde o indivíduo aparece inteiro, com seu corpo, seu toque ,suas emoções, suas fantasias, sua inteligência, estabelecendo relações com outro, através do diálogo corporal e dos materiais utilizados. Vivenciamos uma Psicomotricidade de interações, que envolve não só o tato, como também o contato. O indivíduo é concebido em sociedade, sofrendo as influências da cultura e da macroestrutura, sendo assim atingido individual e socialmente corpo é concebido como uma espécie de sistema portador de memórias, cuja as informações circulam em silêncio. No entanto, as condições do envolvimento, podem gerar perturbações do corpo e das suas condutas, na esfera afetiva, cognitiva e somática, afetando a pessoa na sua totalidade.
No percurso do trabalho, foi feita uma correlação com o tema abordado, num registro através da linha do tempo: ao idoso.

OBJETIVO
Validar, cada vez mais, a importância do tato e do contato, através do diálogo corporal, visando seu aprofundamento na Psicomotricidade relacional.

FUDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo BOFF,(1999:11)
"A sociedade contemporânea, chamada sociedade do conhecimento e da comunicação, está criando, contraditoriamente, incomunicação e solidão entre as pessoas". 

Daí questionamos: O que está havendo no mundo hoje? Os homens estão perdendo sua afetividade? Seus vínculos estão ficando banalizados?
A mídia vem exigindo que os corpos ganhem forma, percam a autonomia e liberdade de ser. Onde vai parar o homem? A Internet pode conectar-nos com milhões de pessoas sem precisarmos encontrar alguém. Pode-se comprar, pagar contas, trabalhar, pedir comidas e medicamentos, assistir a um filme sem falar com ninguém. Para viajar, conhecer países não precisamos sair de casa, tudo vem via on line. A relação com a realidade concreta com seus toques, cheiros, contatos, cores, frios, calores, pesos, resistências e contradições é mediana pela imagem virtual que é somente imagem . O mundo virtual criou um novo habitat para o ser humano, caracterizado pelo fechamento em si mesmo e pela falta do toque, do tato e do contato humano. Em função de tantos descompassados é que retomamos a temática: "Do tato ao contato: uma Experiência de Diálogo Corporal". Falar de tato é falar de pele. A pele que nos cobre é como um envelope gigante, é um órgão que recebe impressões táteis, ou sensoriais, e reage a qualquer contato com sensações especificas, onde seus receptores absorvem o calor, o frio, toque, cócegas, tipos de dor e vibrações.

"A pele é nosso órgão mais importante, em seguida ao cérebro. As áreas relativas ao tato no cérebro, cobrem um percurso surpreendentemente grande, tanto na região sensorial quanto na motora." (Davis,1991,p.31). 

Por intermédio da pele, envolvemo-nos constantemente com o que se passa em nosso exterior. É pelo sentido do tato que a pele recebe impressões sensoriais e reage a qualquer contato. Convém ressaltar que a experiência mais precoce, mais elementar e , provavelmente, mais dominante do bebê por nascer é a tátil. O contato físico não é apenas um estimulo agradável ,mas uma necessidade biológica. O feto, durante os nove meses em que se desenvolve no útero, tem a pele constantemente estimulada por impactos rítmicos transmitidos através do líquido amniótico, que os amplia. Sendo assim, o feto tem sua primeira experiência com a estimulação tátil mesmo antes de sair ao mundo. As contrações uterinas servem como afago ou estimulação de pele inicial para o bebê, que tem os nervos cutâneos ativados. O parto proporciona uma massagem que vitaliza a criança que nasce, uma forma de estimulação que deve prosseguir por tempo considerável após o nascimento. As pesquisas mostram que as crianças nascidas prematuras ou por cesariana estão sujeitas a distúrbios de desenvolvimento, requerendo um período de abraços, embalos e afagos regulares e concentrados após o parto, talvez em substituição aos "abraços" que perderam ao nascer.
Segundo Lapierre(1986:16)

"A primeira comunicação da criança é o contato corporal direto com a mãe e a linguagem é a tônico-emocional. O diálogo corporal mãe-bebê se constitui em fase inicial é fundamental para a comunicação com o mundo". 

Cada ser humano chega ao mundo com necessidades diversas. Uma delas é a necessidade de contato físico. Estar em contato é estar atento ao que está acontecendo dentro de si, em suas relações e contenção.
É através do contato da pele, na linguagem tônico-emocional, que o bebê encontra a mãe. Este bebê necessita do acordo das pulsões tônicas para inserir numa comunicação verdadeira, fusional, a qual irá contribuir para a sua segurança afetiva.
Para Melanie Klein (1969:28)
"A relação tônico-afetiva com o seio da mãe está fora da criança, como dentro do seu corpo e nesta perspectiva é o diálogo seio-bebê e bebê-seio que virá a ser decisivo na futura relação entre o sujeito e o objeto".

Portanto, o corpo é o instrumento, através do qual o sujeito se comunica e se expressa ,nele encontra-se pontuada, inscrita, toda a história não consciente.
Em algumas crianças a sensação de tocar e ser tocado é altamente desenvolvida, enquanto outros apresentam uma relativa insensibilidade ao contato físico, tocam de forma impetuosa ou até evitam contatos. A prática desenvolvida na Psicomotricidade Relacional possibilita ao psicomotricista, na contenção, resgatar no aqui/agora a história relacional da criança a partir do aspecto corporal, do movimento, do gesto, do acordo ou desacordo tônico. É a relação tônica que acontece entre o Psicomotricista e a criança que constitui a ligação, vínculo, e a ligação dá a criança o reconhecimento do outro, que é uma pessoa única, inteira e por conseqüência auto-reconhecimento. Esta contenção se caracteriza pela atitude de escuta, permissividade, descupabilizante, de compreensão e aceitação e pela presença seguradora e confiável do Psicomotricista. Daí a criança inicia um processo de confiança em si, no outro e a na vida.
O que acontece à medida que as crianças crescem e se desenvolvem? Sua carência de contato físico vai cessando? Tal necessidade biológica se traduz em forma de outras carências ou é satisfeita de outras formas? Alguns pesquisadores como também as evidências dizem que não. Eles colocam que a nossa cultura é avessa a contatos físicos e, conforme vem sendo provado com o tempo, sempre que se reprime algo desejado, busca-se outro meio de satisfação.
Entre os cinco anos, observou-se que o menino começa a evitar e a ter negado a estimulação tátil e a contenção por meio do contato físico. O pai começa a se distanciar e incentiva a mãe a fazer o mesmo. Afinal, já não se trata de um bebê. A Psicomotricidade Relacional também cuida das fronteiras do trabalho da criança e do trabalho com pai, mãe, família, como também da escola, estando na escuta dos seus pedidos. Quais mudanças e aprendizagens buscam neste atendimento. Estes pedidos também englobam a contenção no sentido do enquadre do trabalho. Entende-se que estas expectativas dão um significado de muito valor à qualidade do processo de atendimento, em termos de segurança e de alcance de objetivos. A proposta é de se trabalhar com o pedido, a saúde e não com a disfunção. As meninas gozam o aconchego e a confiança dos contatos físicos por um período mais longo, porém estes em geral vão cessando, com o início do desenvolvimento dos seios ou a primeira menstruação, pelo menos no que se refere ao pai.
Entre os cinco e os doze anos de idade aproximadamente, interesse da criança por seu corpo não diminui, embora a estimulação tátil por parte dos pais possa ter diminuído. Que criança nunca brincou de médico? Qual a que não observou o corpo dos pais e irmãos quando despidos? Porém as restrições e censuras sociais, abertas ou sutis já se afirmavam e a criança passa a ter a impressão de que faz algo errado, sentindo-se culpada. Além disso, seu mundo começa a expandir e outras atividades e pessoas ocupam-lhe o tempo e a atenção. Gradualmente, durante a adolescência, a necessidade básica de tocar e ser tocado, reprimida e desprezada por alguns anos, torna-se apenas uma busca impessoal por satisfação sensorial, mas também uma busca simbólica do amor, de intimidade, segurança, aceitação, contenção e confiança. O adolescente, encontrando geralmente bloqueadas as principais vias de satisfação tátil por contato físico junto aos pais e amigos, aprende a buscar satisfação por meio da exploração sexual. Faz experiências consigo e com os outros e, falhando, passa a evitar o contato com o grupo. Alguns jovens simplesmente recolhem-se à concha que é seu corpo. A sociedade acrescentou mais um item a seu conjunto de tabus quanto a "não tocar". Além do medo do prazer e outros, de origem freudiana, o medo do homossexualismo também restringe o comportamento no qual se refere aos contatos físicos. Na tumultuada fase adolescente ocorre muita confusão a respeito de amor e sexo, toque e afeto. O adolescente caminha em busca do encontro consigo mesmo, em busca da identidade adulta, que está intrinsicamente ligada aos lutos que precisa viver, como a perda da infância, do próprio corpo, que se transforma e que lhe é desconhecido. A Psicomotricidade Relacional se baseia na decodificação simbólica da atuação espontânea da criança e do adolescente, isto é, na leitura do conteúdo comunicativo simbólico, para intervir na estrutura e na evolução da dimensão afetiva. Permite a expressão das projeções do sujeito num clima de contenção, desculpabilizando-o, como também a expressar suas dificuldades relacionais, carências afetivas, e se propõe a ajuda-lo a supera-las, isto é, auxiliar na evolução das estratégias relacionais que o sujeito põe em jogo para satisfazer suas necessidades. Ao nos tornarmos adultos, perdemos muitas oportunidades de tocar. No geral, há menos contatos com os pais, incluindo o físico, e sobram poucos amigos com os quais interagiu. Para se comunicarem, usam mais as palavras. No entanto, o tipo e quantidade de contatos na vida adulta varia de pessoa para pessoa. Depende da idade , do sexo, da situação e do relacionamento entre as pessoas envolvidas. Ao envelhecermos e nos tornarmos idosos, as oportunidades de contato físico diminuem ainda mais. Porém, ao se tornarem avós, mesmo os que nunca foram afetuosos, de repente passam a manifestar o desejo de pegar todos os bebês que encontram, além de beijarem e contê-los. Se o marido ou a mulher morre antes do cônjuge, conforme ocorre com freqüência, o contato físico para o sobrevivente, pode cessar quase totalmente. De acordo com a opinião de alguns pesquisadores, regredimos ao envelhecermos, ou a necessidade de contato físico está presente, sendo que nessa idade avançada não é satisfeita nem num nível mínimo? Talvez a necessidade de contato físico se torne mais intensa, mais urgente no idoso por ele concluir que tem "permissão" para tocar sem mal entendidos. Talvez ao envelhecermos, encontremos a sabedoria e a coragem de tentar satisfazer nossas necessidades.

CONCLUSÂO

Concluímos que o tipo de sociedade do conhecimento e da comunicação que temos desenvolvido nas últimas décadas está ameaçando a essência humana. Fazemos parte de uma cultura que não contempla o corpo e convivemos com uma mídia que reforça a acomodação, a censura e a massificação corporal. A cultura vem difundindo tabus quanto aos prazeres táteis, incentivando culpa e medo nos indivíduos, tornando os contatos físicos proibidos. A Psicomotricidade Relacional vem com passos fortes e significativos, contribuindo para o resgate do SER, através da sua dinâmica. Acreditar na Psicomotricidade Relacional é acompanhar seu percurso, compreender sua evolução, intercalar fatos, idéias, histórias, filosofia. É compreender que o ser se encontra-se em evolução, é respeitar esse processo de vir a ser, e não simplesmente estar. É repensar o homem, a cultura, seu cotidiano, suas relações, interrogações e reticências...Estar aberto, perceptivo, dinâmico, resgatando nessa evolução humana o prazer, o brincar, o movimentar-se, o compreender-se, o relacionar-se através do tato e do contato, num verdadeiro diálogo corporal. Abordamos muitos dos fatores que influenciam nossa cultura avessa a toques e contatos físicos e analisamos algumas repressões sociais. Contudo, devemos lembrar disto: você e eu somos a sociedade. Você e eu formamos nossa cultura. Não esqueçamos do nosso compromisso em transformá-la.


BIBLIOGRAFIA
Boff, L. Saber cuidar: Ética do humano- compaixão pela terra.
Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.
Davis, P.K. O poder do toque. São Paulo: Nova cultura Ltda, 1991.
Klein, M. A educação de crianças à luz da intervenção psicanalítica. Rio de Janeiro: Imago, 1969.
LAPIERRE, A. L.A O adulto diante da criança de 0 a 3 anos. Curitiba: Ed. Da UFPR:CIAR, 2002.
LAPIERRE, A. , AUCOUTURIER,B.. Simbologia do movimento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.

Meu filho tem medo de tudo!


PUBLICADO EM 10 DE JUNHO DE 2012   |   FONTE: MARIA CAVALCANTE
O medo é uma emoção natural do ser humano, um aliado à sobrevivência. Não há evolução sem algo a temer. Medo é a emoção desencadeada por um estímulo que tem valor de perigo para o organismo. O medo varia com a cultura, com as crenças e com a idade. Assim, na criança no início da sua infância o que a assusta são barulhos ou luzes muito fortes. A partir dos dois anos, é frequente a criança começar a temer ser abandonada pelos pais e qualquer separação pode representar isto. Também nesta fase se verifica um aumento do medo dos animais, que costuma perdurar até por volta dos quatro anos. Perto dos três anos, a imaginação assume um papel preponderante e aí chegam o medo do escuro, dos monstros, dos fantasmas, dos ladrões, entre outros. Aumenta na hora de dormir, momento em que a criança se sente “desprotegida”. Aos seis anos, ela atinge uma fase de desenvolvimento que permite encarar a morte como algo irreversível, perdendo o seu lado fantasioso e assumindo uma vertente mais concreta, daí o medo que os pais morram. Ela começa também a dar atenção para outros pontos, principalmente na escola, onde podem surgir receios ligados a esta nova etapa da vida e o medo de se expor.
Quando este medo é demasiado pode ser fobia, que é o “pavor de um sujeito em relação a um objeto, um ser vivo ou uma situação, a qual não apresenta nenhum perigo real”.
Nos tempos atuais os medos são mais evidentes porque os temores ligados ao desenvolvimento (escuro, monstros, altura, ficar sozinho etc,) juntam-se ao fato de haver uma tensão geral e a sociedade estar mais agressiva. Segundo Vygoststski, nós somos frutos do meio. Assim, o Psiquiatra Eduardo F. Santos sentencia: “as crianças estão vivendo um reflexo do medo dos adultos, que o transmitem num conjunto de restrições”. Crianças estimuladas a serem autoconfiantes desde cedo são mais curiosas, mais abertas ao aprendizado, mais sociáveis e mais propensas a serem felizes. Mas antes de tudo, precisam ser e se sentirem livres.
Pais “paranóicos” geram filhos fóbicos. Assim nas expressões do dia-a-dia costumam dizer: “não faça!”, “Olha isso!”, “Cuidado!” Com isto, vão gerando crianças  com medo de tudo. Isto não quer dizer deixarem os filhos fazerem o que bem entendem porque os limites também educam e estruturam a personalidade.
Devido à dificuldade de a criança verbalizar seus medos, a Psicomotricidade Relacional tem contribuído, utilizando o brincar, ao permitir que ela vivencie suas fantasias reais trazidas para o simbólico no setting terapêutico. Em depoimento de pais no MTCA, em 15.07.2008, referindo-se aos resultados do tratamento com esta ferramenta, fizeram os seguintes comentários: “a minha filha tinha medo de ir para a escola. Com o tratamento, hoje é uma criança independente, segura dentro do seu espaço, sem ter medo de se relacionar!”. Esta criança, de cinco anos, fez depoimento, na mesma oportunidade e o jornalista comentou: “ela não tem medo de microfone!”
Medo não é “medinho”. Nunca diga que é “frescura”, “abrace o seu filho, diga quanto o ama e que o medo vai passar”.  Também os “tratamentos de choque” são contra-indicados, como colocar uma criança na água para perder o medo, dizendo “hoje você vai perder este medo!”. A intenção é boa mas aumenta o temor.
As mudanças devem ser incentivadas e não cobradas. É importante fazer uma aproximação progressiva, conversando com a criança e ajudando-a a interpretar e lidar mais racionalmente com a situação. É preciso ter paciência e, algumas vezes, ajuda profissional, pois os resultados positivos veem progressivamente.
(*) Maria Cavalcante de Lima é terapeuta infantil (Psicomotricista Relacional) – Email: prietch@terra.com.br


1 comentário

  1. CIAR disse:
    Parabéns pela matéria!!!