PUBLICADO EM 10 DE JUNHO DE
2012 | FONTE: MARIA CAVALCANTE
O medo é uma emoção natural do ser humano, um aliado à sobrevivência.
Não há evolução sem algo a temer. Medo é a emoção desencadeada por um estímulo
que tem valor de perigo para o organismo. O medo varia com a cultura, com as
crenças e com a idade. Assim, na criança no início da sua infância o que a
assusta são barulhos ou luzes muito fortes. A partir dos dois anos, é frequente
a criança começar a temer ser abandonada pelos pais e qualquer separação pode
representar isto. Também nesta fase se verifica um aumento do medo dos animais,
que costuma perdurar até por volta dos quatro anos. Perto dos três anos, a
imaginação assume um papel preponderante e aí chegam o medo do escuro, dos
monstros, dos fantasmas, dos ladrões, entre outros. Aumenta na hora de dormir, momento
em que a criança se sente “desprotegida”. Aos seis anos, ela atinge uma fase de
desenvolvimento que permite encarar a morte como algo irreversível, perdendo o
seu lado fantasioso e assumindo uma vertente mais concreta, daí o medo que os
pais morram. Ela começa também a dar atenção para outros pontos, principalmente
na escola, onde podem surgir receios ligados a esta nova etapa da vida e o medo
de se expor.
Quando este medo é demasiado pode ser fobia, que é o “pavor de um sujeito em relação a um objeto, um ser vivo ou uma situação, a qual não apresenta nenhum perigo real”.
Nos tempos atuais os medos são mais evidentes porque os temores ligados ao desenvolvimento (escuro, monstros, altura, ficar sozinho etc,) juntam-se ao fato de haver uma tensão geral e a sociedade estar mais agressiva. Segundo Vygoststski, nós somos frutos do meio. Assim, o Psiquiatra Eduardo F. Santos sentencia: “as crianças estão vivendo um reflexo do medo dos adultos, que o transmitem num conjunto de restrições”. Crianças estimuladas a serem autoconfiantes desde cedo são mais curiosas, mais abertas ao aprendizado, mais sociáveis e mais propensas a serem felizes. Mas antes de tudo, precisam ser e se sentirem livres.
Pais “paranóicos” geram filhos fóbicos. Assim nas expressões do dia-a-dia costumam dizer: “não faça!”, “Olha isso!”, “Cuidado!” Com isto, vão gerando crianças com medo de tudo. Isto não quer dizer deixarem os filhos fazerem o que bem entendem porque os limites também educam e estruturam a personalidade.
Devido à dificuldade de a criança verbalizar seus medos, a Psicomotricidade Relacional tem contribuído, utilizando o brincar, ao permitir que ela vivencie suas fantasias reais trazidas para o simbólico no setting terapêutico. Em depoimento de pais no MTCA, em 15.07.2008, referindo-se aos resultados do tratamento com esta ferramenta, fizeram os seguintes comentários: “a minha filha tinha medo de ir para a escola. Com o tratamento, hoje é uma criança independente, segura dentro do seu espaço, sem ter medo de se relacionar!”. Esta criança, de cinco anos, fez depoimento, na mesma oportunidade e o jornalista comentou: “ela não tem medo de microfone!”
Medo não é “medinho”. Nunca diga que é “frescura”, “abrace o seu filho, diga quanto o ama e que o medo vai passar”. Também os “tratamentos de choque” são contra-indicados, como colocar uma criança na água para perder o medo, dizendo “hoje você vai perder este medo!”. A intenção é boa mas aumenta o temor.
As mudanças devem ser incentivadas e não cobradas. É importante fazer uma aproximação progressiva, conversando com a criança e ajudando-a a interpretar e lidar mais racionalmente com a situação. É preciso ter paciência e, algumas vezes, ajuda profissional, pois os resultados positivos veem progressivamente.
Quando este medo é demasiado pode ser fobia, que é o “pavor de um sujeito em relação a um objeto, um ser vivo ou uma situação, a qual não apresenta nenhum perigo real”.
Nos tempos atuais os medos são mais evidentes porque os temores ligados ao desenvolvimento (escuro, monstros, altura, ficar sozinho etc,) juntam-se ao fato de haver uma tensão geral e a sociedade estar mais agressiva. Segundo Vygoststski, nós somos frutos do meio. Assim, o Psiquiatra Eduardo F. Santos sentencia: “as crianças estão vivendo um reflexo do medo dos adultos, que o transmitem num conjunto de restrições”. Crianças estimuladas a serem autoconfiantes desde cedo são mais curiosas, mais abertas ao aprendizado, mais sociáveis e mais propensas a serem felizes. Mas antes de tudo, precisam ser e se sentirem livres.
Pais “paranóicos” geram filhos fóbicos. Assim nas expressões do dia-a-dia costumam dizer: “não faça!”, “Olha isso!”, “Cuidado!” Com isto, vão gerando crianças com medo de tudo. Isto não quer dizer deixarem os filhos fazerem o que bem entendem porque os limites também educam e estruturam a personalidade.
Devido à dificuldade de a criança verbalizar seus medos, a Psicomotricidade Relacional tem contribuído, utilizando o brincar, ao permitir que ela vivencie suas fantasias reais trazidas para o simbólico no setting terapêutico. Em depoimento de pais no MTCA, em 15.07.2008, referindo-se aos resultados do tratamento com esta ferramenta, fizeram os seguintes comentários: “a minha filha tinha medo de ir para a escola. Com o tratamento, hoje é uma criança independente, segura dentro do seu espaço, sem ter medo de se relacionar!”. Esta criança, de cinco anos, fez depoimento, na mesma oportunidade e o jornalista comentou: “ela não tem medo de microfone!”
Medo não é “medinho”. Nunca diga que é “frescura”, “abrace o seu filho, diga quanto o ama e que o medo vai passar”. Também os “tratamentos de choque” são contra-indicados, como colocar uma criança na água para perder o medo, dizendo “hoje você vai perder este medo!”. A intenção é boa mas aumenta o temor.
As mudanças devem ser incentivadas e não cobradas. É importante fazer uma aproximação progressiva, conversando com a criança e ajudando-a a interpretar e lidar mais racionalmente com a situação. É preciso ter paciência e, algumas vezes, ajuda profissional, pois os resultados positivos veem progressivamente.
(*) Maria Cavalcante de Lima é terapeuta infantil (Psicomotricista
Relacional) – Email: prietch@terra.com.br
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